Como funciona a terapia cognitivo-comportamental?

Para explicar melhor como a minha terapia pode te ajudar, gostaria de falar um pouquinho sobre a abordagem na qual baseio meus atendimentos: a terapia cognitivo-comportamental (TCC).

A terapia cognitivo-comportamental foi desenvolvida por Aaron T. Beck na década de 70 e tem como fundamento os seguintes 3 pressupostos básicos:

  1. A atividade cognitiva influencia o comportamento;
  2. A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada;
  3. O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva.

Com base nisso, podemos entender que nossos pensamentos, emoções e a interpretação que fazemos dos eventos pode influenciar nossos comportamentos. Em outras palavras, tendemos a agir de acordo com a maneira que pensamentos e interpretamos as situações.

No entanto, essas interpretações nem sempre são realistas, fazendo com que nossos comportamentos se tornem disfuncionais, ou seja, são comportamentos que acabam nos trazendo mais prejuízo do que realmente nos ajudam a alcançar nossos objetivos.

Por conta disso, a TCC entende que podemos monitorar nossos pensamentos e emoções e questionar se eles estão de acordo com a realidade, para que então possamos tomar decisões mais alinhadas com nossos objetivos.

Isso não quer dizer, no entanto, que vamos invalidar nossos sentimentos. Todo sentimento é válido, mas iremos buscar se o sentimento é justificado, se está de acordo com a realidade dos fatos: às vezes, não está. E, às vezes, está. E, quando estiver, vamos explorar novas formas de agir diante daquele sentimento.

Como isso funciona na prática?

Na prática, as sessões serão focadas em identificar distorções cognitivas, que são pensamentos não condizentes com a realidade, buscando questioná-las e enfrentá-las com as evidências da realidade.

Quando percebemos que um pensamento muito negativo (por exemplo “eu não presto”) não condiz com a realidade (ao fazer a pessoa perceber que tem sim suas qualidades), podemos reduzir o foco no pensamento negativo e concentrar nossa energia na descoberta boa que fizemos sobre nós mesmos.

Já quando um pensamento negativo condiz com a realidade (por exemplo “meu namoro me torna infeliz”), podemos começar a pensar em soluções para que esse pensamento não seja mais a realidade vivida.

Não se trata de simplesmente nos enganar positivamente, tentando substituir crenças negativas por crenças positivas, mas sim de tentar entender em que contextos os pensamentos e sentimentos negativos surgem e se eles estão alinhados com a realidade ou se podem surgir de outras questões como, por exemplo, traumas, narrativas falsas que introjetamos, entre outros.

Tarefas de casa

A TCC é conhecida por ser uma abordagem que tende a passar muitas “tarefinhas de casa”.

Eu, pessoalmente, não sou muito fã de passar tarefas muito extensas e trabalhosas para serem realizadas entre as sessões, por isso, vez ou outra, posso passar pequenos exercícios como reflexões para serem feitos entre uma semana e outra.

No entanto, caso haja necessidade ou interesse do cliente, posso proporcionar tarefas mais elaboradas, como exercícios de reestruturação cognitiva mais completos ou algumas leituras que podem ser base para uma reflexão interessante.

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Maria Cândida, CRP 08/35055. Psicóloga clínica formada pela Universidade Tuiuti do Paraná. Possui 4 anos de experiência com atendimento online de adultos e adolescentes.

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